quarta-feira, 30 de janeiro de 2013

BOATE KISS E O CARMA COLETIVO



Boate Kiss, Santa Maria, Rio Grande do Sul, madrugada de 27 de janeiro de 2013: um incêndio provoca o desencarne de 234 jovens. Eles tinham entre 18 e 21 anos idade e a maioria morreu por asfixia, ao inalar grande quantidade de fumaça altamente tóxica. Com a morte, quer dizer, com o desencarne de tanta gente reunida no mesmo local, no mesmo dia e horário e, o que é mais intrigante, com a mesma causa: asfixia, muitos se perguntam: por que esses jovens tiveram que desencarnar todos juntos? E por que deixaram o corpo em circunstâncias tão trágicas? E os familiares, por que precisam passar por tanto sofrimento? E como fica a situação desses espíritos ao voltar tão cedo para o mundo espiritual? É o que vamos tentar responder. Fique ligado e você vai entender que tudo tem um porquê e que deus não desampara nenhum de seus filhos.

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Sempre que pessoas desencarnam juntas, quase sempre em situações trágicas, um turbilhão de questionamentos aparece. E um dos principais é esse: por que tiveram que morrer juntas? Foram reunidas ali para isso? É uma punição de deus?

Não, deus nosso pai de bondade, não pune seus filhos, que somos todos nós. O que acontece em casos como o de Santa Maria é o que nós chamamos em espiritismo de “carma coletivo”. Trata-se de uma situação em que diversos espíritos, com o mesmo tipo de dívida com as Leis de Deus, desencarnam juntos, num mesmo acidente. E, nesse caso específico da boate Kiss, de uma mesma causa: asfixia. Isso significa que todos eles, em outras existências, em outras encarnações causaram a morte de pessoas em circunstancia similar, ou seja, por asfixia.

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Quem com a espada perece, com a espada perecerá, disse Jesus. Quer dizer, da mesma forma que a gente mata, a gente morrerá também. É a lei de causa e efeito funcionando para todos nós e colocando em funcionamento a justiça perfeita de Deus. Nesse aspecto, vale a pena lembrar outra advertência de Jesus, nem sempre compreendida em toda sua extensão: cada um recebe de acordo com as suas obras. Outra: somente o amor cobre a multidão de pecados.

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É bom esclarecer que de todo jeito esses espíritos desencanariam em situação traumática e coletiva. Isso porque, muito provavelmente, juntos, ou não, em outras existências, tiraram a vida material de jovens em situação idêntica. Quer dizer, mataram outros jovens por asfixia. Sentiram agora, no próprio corpo, o que causaram nos outros em existência passada. E os familiares, não estarão sofrendo por uma situação que eles nada tem a ver? Os familiares desses jovens provavelmente se envolveram indiretamente ou acobertaram esses crimes cometidos em um passado distante ou mais recente. Mas chega uma hora, claro, que a dívida precisa ser quitada. Para os 231 jovens de Santa Maria, esse dia chegou no domingo, 27 de janeiro de 2013. E a partir de agora, quites com as Leis de Deus, finalmente livres desse pecado, poderão seguir seus caminhos mais livremente, sem essa nódoa, sem essa mancha em suas consciências.

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Como estarão esses espíritos no plano espiritual? Isso varia de pessoa para pessoa. Mas por serem muito jovens, a maioria com menos de 20 anos de idade, podem sim, dependendo do grau de evolução, se revoltar contra as Leis de Deus por terem desencarnado tão cedo. Outros aceitam melhor e darão prosseguimento às suas vidas mais rapidamente. São inúmeras as situações. Mas o mais importante é saber que estão mais vivos do que nunca e que cada um receberá atenção, carinho e tratamento espiritual para recuperar a saúde plena e dar prosseguimento às suas vidas. Em muitos casos são acompanhados pelos avós ou outros parentes já desencarnados. Afinal, ninguém fica desamparado. Mas, repito, cada um é livre para aceitar brandamente ou não sua nova condição de espírito desencarnado. As Leis de Deus não permitem violência. E a maturidade espiritual de cada um é respeitada sempre. Mas muitos, repito, se revoltam por terem voltado tão jovens para o outro lado da vida.

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Nesse primeiro momento não sabem ainda que morreram, quer dizer, que desencarnaram. Provavelmente estarão em hospitais e enfermarias do mundo espiritual. Aos poucos vão percebendo algo diferente: o lugar estranho, a tecnologia muito mais avançada, as pessoas desconhecidas. Enfim, só aos poucos vão se dar conta que não pertencem mais ao mundo da matéria. Depois vem a grande e, para a maioria, a dolorosa surpresa de constatar a realidade de espíritos desencarnados. Primeiro a surpresa da nova condição e depois a frustração de ter deixado para trás tantos sonhos, pessoas e situações. Mas com o passar do tempo todos acabam aceitando a nova condição. Com o tempo também poderão entender porque tiveram que voltar para o plano espiritual tão cedo e em uma situação de tragédia coletiva.

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Numa situação como a tragédia de Santa Maria, para os familiares e amigos mais próximos a única coisa que consola, que conforta e acalma é a certeza da imortalidade. Saber que eles continuam vivos e que estão recebendo, do outro lado da vida, todo carinho e atenção dos missionários de Jesus, é realmente gratificante, consolidando cada vez mais nossa fé em Deus nosso Pai de bondade e justiça. Não. Nessas horas nada é mais consolador do que a certeza da imortalidade! E essa é uma prova de que o espiritismo é o consolador prometido por Jesus. Quando todas as outras religiões se calam ou falam coisas sem nexo, o espiritismo enxerga uma luz e mostra que a vida continua. E isso consola, conforta e dá esperança.