Boate Kiss,
Santa Maria, Rio Grande do Sul, madrugada de 27 de janeiro de 2013: um incêndio
provoca o desencarne de 234 jovens. Eles tinham entre 18 e 21 anos idade e a
maioria morreu por asfixia, ao inalar grande quantidade de fumaça altamente
tóxica. Com a morte, quer dizer, com o desencarne de tanta gente reunida no
mesmo local, no mesmo dia e horário e, o que é mais intrigante, com a mesma
causa: asfixia, muitos se perguntam: por que esses jovens tiveram que
desencarnar todos juntos? E por que deixaram o corpo em circunstâncias tão
trágicas? E os familiares, por que precisam passar por tanto sofrimento? E como
fica a situação desses espíritos ao voltar tão cedo para o mundo espiritual? É
o que vamos tentar responder. Fique ligado e você
vai entender que tudo tem um porquê e que deus não desampara nenhum de seus
filhos.
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Sempre
que pessoas desencarnam juntas, quase sempre em situações trágicas, um
turbilhão de questionamentos aparece. E um dos principais é esse: por que
tiveram que morrer juntas? Foram reunidas ali para isso? É uma punição de deus?
Não, deus
nosso pai de bondade, não pune seus filhos, que somos todos nós. O que acontece
em casos como o de Santa Maria é o que nós chamamos em espiritismo de “carma
coletivo”. Trata-se de uma situação em que diversos espíritos, com o mesmo tipo
de dívida com as Leis de Deus, desencarnam juntos, num mesmo acidente. E, nesse
caso específico da boate Kiss, de uma mesma causa: asfixia. Isso significa que
todos eles, em outras existências, em outras encarnações causaram a morte de
pessoas em circunstancia similar, ou seja, por asfixia.
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Quem com
a espada perece, com a espada perecerá, disse Jesus. Quer dizer, da mesma forma
que a gente mata, a gente morrerá também. É a lei de causa e efeito funcionando
para todos nós e colocando em funcionamento a justiça perfeita de Deus. Nesse
aspecto, vale a pena lembrar outra advertência de Jesus, nem sempre compreendida
em toda sua extensão: cada um recebe de acordo com as suas obras. Outra:
somente o amor cobre a multidão de pecados.
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É bom
esclarecer que de todo jeito esses espíritos desencanariam em situação
traumática e coletiva. Isso porque, muito provavelmente, juntos, ou não, em
outras existências, tiraram a vida material de jovens em situação idêntica.
Quer dizer, mataram outros jovens por asfixia. Sentiram agora, no próprio
corpo, o que causaram nos outros em existência passada. E os familiares, não
estarão sofrendo por uma situação que eles nada tem a ver? Os familiares desses
jovens provavelmente se envolveram indiretamente ou acobertaram esses crimes
cometidos em um passado distante ou mais recente. Mas chega uma hora, claro,
que a dívida precisa ser quitada. Para os 231 jovens de Santa Maria, esse dia
chegou no domingo, 27 de janeiro de 2013. E a partir de agora, quites com as
Leis de Deus, finalmente livres desse pecado, poderão seguir seus caminhos mais
livremente, sem essa nódoa, sem essa mancha em suas consciências.
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Como
estarão esses espíritos no plano espiritual? Isso varia de pessoa para pessoa.
Mas por serem muito jovens, a maioria com menos de 20 anos de idade, podem sim,
dependendo do grau de evolução, se revoltar contra as Leis de Deus por terem desencarnado
tão cedo. Outros aceitam melhor e darão prosseguimento às suas vidas mais
rapidamente. São inúmeras as situações. Mas o mais importante é saber que estão
mais vivos do que nunca e que cada um receberá atenção, carinho e tratamento
espiritual para recuperar a saúde plena e dar prosseguimento às suas vidas. Em
muitos casos são acompanhados pelos avós ou outros parentes já desencarnados.
Afinal, ninguém fica desamparado. Mas, repito, cada um é livre para aceitar
brandamente ou não sua nova condição de espírito desencarnado. As Leis de Deus
não permitem violência. E a maturidade espiritual de cada um é respeitada
sempre. Mas muitos, repito, se revoltam por terem voltado tão jovens para o
outro lado da vida.
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Nesse
primeiro momento não sabem ainda que morreram, quer dizer, que desencarnaram.
Provavelmente estarão em hospitais e enfermarias do mundo espiritual. Aos
poucos vão percebendo algo diferente: o lugar estranho, a tecnologia muito mais
avançada, as pessoas desconhecidas. Enfim, só aos poucos vão se dar conta que
não pertencem mais ao mundo da matéria. Depois vem a grande e, para a maioria,
a dolorosa surpresa de constatar a realidade de espíritos desencarnados.
Primeiro a surpresa da nova condição e depois a frustração de ter deixado para
trás tantos sonhos, pessoas e situações. Mas com o passar do tempo todos acabam
aceitando a nova condição. Com o tempo também poderão entender porque tiveram
que voltar para o plano espiritual tão cedo e em uma situação de tragédia
coletiva.
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Numa
situação como a tragédia de Santa Maria, para os familiares e amigos mais
próximos a única coisa que consola, que conforta e acalma é a certeza da
imortalidade. Saber que eles continuam vivos e que estão recebendo, do outro
lado da vida, todo carinho e atenção dos missionários de Jesus, é realmente
gratificante, consolidando cada vez mais nossa fé em Deus nosso Pai de bondade
e justiça. Não. Nessas horas nada é mais consolador do que a certeza da
imortalidade! E essa é uma prova de que o espiritismo é o consolador prometido
por Jesus. Quando todas as outras religiões se calam ou falam coisas sem nexo,
o espiritismo enxerga uma luz e mostra que a vida continua. E isso consola,
conforta e dá esperança.