quarta-feira, 12 de fevereiro de 2014

O QUE ACONTECE COM QUEM SUICIDA?


São inúmeros os fatores que levam uma pessoa ao suicídio, mas nenhum deles resiste à certeza de que somos espíritos imortais e que o futuro do espírito suicida é reencarnar em corpos deformado ou com gravíssimos problemas de saúde. Essa certeza é a verdadeira vacina contra essa terrível tendência que o ser humano tem de querer fugir dos problemas através da destruição do próprio corpo carnal. Mas seja qual for a intenção por trás do ato existem, sim, conseqüências e elas são, sim, gravíssimas! Por isso, todas as religiões condenam o suicídio. Mas o Espiritismo, na condição de Terceira Revelação de Deus e de Consolador prometido por Jesus, vai mais além. Não condena simplesmente, mesmo porque isso não impede ninguém de se matar. A Doutrina Espírita mostra porque o ato de tirar a própria vida material é um dos maiores delitos contra as Leis de Deus.

A decepção de continuar vivo
Decepção, sofrimento e remorso em grau que as palavras humanas são insuficientes para descrever. É isso o que espera aquele que se mata. Primeiro vem a decepção de não morrer de verdade e, ao se perceber vivo, tomar consciência de que, ao invés de resolver um problema, criou mais um. O espírito revê a cena do suicido o tempo todo sem parar. E isso pode durar anos seguidos. Se deu um tiro na cabeça, por exemplo, revê a cena do tiro, sente o choque da bala penetrando os tecidos carnais e o sangue escorrendo. Tudo o tempo todo! Se pulou das alturas ou bebeu veneno, a mesma coisa: revê a cena incessantemente.
Outro ponto essencial para entender o enorme sofrimento do espírito suicida: ele acompanha a decomposição do corpo carnal. Detalhe: não só vê como sente os vermes roerem as carnes apodrecidas do seu ex-corpo. Isso significa ficar dentro do cemitério até a decomposição total do corpo carnal. Chocante, caríssimo leitor?  Pois saiba que isso não é nada. Muito mais sofrimento virá pela frente. Se você ainda não desmaiou nem vomitou de tanto nojo, siga em frente nessa leitura que não tem o objetivo de consolar, mas o de alertar todos os meus caríssimos leitores, afinal essa é minha função nesta encarnação: dividir com as outras pessoas tudo que eu aprender com a Terceira Revelação de Deus, que é o Espiritismo, consolando e alertando, mas nesse artigo, repito, minha intenção é apenas alertar.

No Vale dos Suicidas
A maior parte dos espíritos suicidas passa um período, que varia de caso para caso, no chamado “Vale dos Suicidas”. Esse vale, localizado nas regiões inferiores do Mundo Espiritual, é descrito com detalhes no clássico da Literatura Espírita “Memórias de um Suicida”, escrito pelo espírito Camilo Castelo Branco, escritor português que suicidou com um tiro no ouvido no final do século XIX. Esse livro está entre os 10 melhores da literatura espírita do século 20 e todo este artigo é baseado nele.
Colônia Maria de Nazaré
Resgatado do Vale dos Suicidas, cujo tempo, repito, varia de caso para caso, o espírito é então encaminhado para a Colônia Maria de Nazaré. Nessa colônia tudo é branco, de forma que a atenção do espírito não seja desviada para a beleza das cores, e recebeu esse nome porque Nossa Senhora, a mãe de Jesus, é quem preside todos os trabalhos envolvendo suicidas no Planeta Terra. Ali, diversos tratamentos, inclusive cirurgias, são realizadas no corpo espiritual dos suicidas. O tratamento que recebe nessa Colônia, situada próxima ao Vale dos Suicidas, tem a finalidade de oferecer ao espírito as condições mínimas para que possa reencarnar. São vários os tipos de tratamentos a que ele é submetido e um dos primeiros é aprender a descondicionar a mente, de forma a não repetir incessantemente a cena do suicídio. É o primeiro e o mais importante, pois é a partir dele que serão realizados os outros tratamentos, incluindo acompanhamento psicológico.
O corpo carnal sugando as lesões do corpo espiritual
Como eu disse, o tratamento é para oferecer as condições mínimas, já que só a reencarnação, só o contato direto com o corpo de carne pode curar as gravíssimas lesões no corpo espiritual, provocadas no ato do suicídio. Geralmente, o suicida reencarna em caráter de urgência urgentíssima. Isso, porque só um corpo de carne poderá iniciar o processo de cura, de limpeza do corpo espiritual. O corpo carnal funciona aí como uma espécie de esponja, absorvendo as impurezas do corpo espiritual, que nós espíritas chamamos de perispírito, de forma que ele esteja limpo o suficiente para dar continuidade à caminhada rumo ao Pai Celestial. Nesse aspecto, é fundamental frisar que todo suicida reencarna com deficiências – física ou mental ou com gravíssimos problemas de saúde, como câncer na infância e outras doenças incuráveis, incluindo aquelas com necessidade de transplante de um ou outro órgão. Tudo vai depender da intenção, da parte do corpo atingida e a gravidade da lesão. Cego, surdo-mudo, aleijado, deficiente mental, câncer infantil. Todas essas anormalidades, é preciso frisar, estão quase sempre relacionadas ao suicídio em vidas passadas.

Reflexão
Você já parou para pensar, caríssimo leitor, no sofrimento de uma pessoa deficiente? Quanta dificuldade, quantas limitações a pessoa enfrenta ao longo de toda uma existência! Imagine viver em um corpo cujos olhos não enxergam, em que os ouvidos não exercem a sua função mais elementar, a de ouvir e, portanto, estando a pessoa impedida igualmente de falar. De não poder andar porque as pernas não recebem os comandos para essa função. Ou então, experimentar estar num corpo cujo cérebro não consegue receber nem enviar os comandos  para o qual foi divinamente programado. Pense em cada uma dessas situações, tente conciliar tudo isso com a justiça perfeita e incorruptível de Deus e lembre-se da advertência de Jesus “Se a vossa mão ou o vosso pé vos é objeto de escândalo, cortai-os e lançai-os longe de vós; melhor será para vós que entreis na vida tendo um só pé ou uma só mão, do que tendo dois, serdes lançados no fogo eterno.” Quer dizer, é preferível reencarnar aleijado do que continuar no mundo espiritual, tendo os órgãos perfeitos, mas com a consciência queimando de tanto remorso.

No livro “Na Próxima Dimensão”, o espírito Inácio Ferreira se refere ao “vale dos suicidas”, dizendo que, gradativamente, ele vem sendo saneado pela ação dos espíritos benfeitores. Trata-se de uma constatação lógica. Os antigos vales destinados aos hansenianos, que eram marginalizados pela sociedade, não se transformaram hoje em colônias e hospitais onde podem viver e tratar-se com dignidade? Porventura, os portadores do vírus HIV, em estado terminal, são abandonados à mercê da própria sorte, a fim de que sofram a conseqüência de sua invigilância e insensatez?
Pior é o “vale dos estupradores”, o “vale dos traficantes de drogas”, o “vale dos assassinos de pais de família”, o “vale dos criminosos de guerra”. O “vale dos políticos corruptos”. O “vale dos suicidas” é uma região onde espíritos doentes se concentram e não estão esquecidos pela Misericórdia Divina.
As descrições feitas no livro “Memórias de um Suicida”, estão corretas? Na visão do autor da excelente obra, o escritor português Camilo Castelo Branco, sim. Todavia, o “vale” descrito por ele não é único. Infelizmente, são inúmeras as aglomerações similares de espíritos que se sentem atraídos pela natureza de seus erros. Na verdade, o vale dos suicidas é uma criação das mentes vergastadas pelo remorso, que o projetam. Deus não é o autor do sofrimento humano! Todo suicida se encaminharia para uma região de sofrimento e expiação? Não; há os que são hospitalizados de imediato. Como o “vale dos suicidas” vem sem saneado? Não são os sadios que precisam de médico. Nós, os desencarnados, que nos propomos servir incondicionalmente a Jesus, nosso Mestre e Senhor, não nos encontramos de braços cruzados neste Outro Lado da Vida. Vocês, por exemplo, não têm se preocupado em melhorar as condições de vida dos que moram em favelas? Não excursionam pela aridez dos sertões, levando comida a quem tem fome e remédio a quem está doente?
Qual a profundidade da lesão que um suicida ocasiona em seu corpo espiritual? É proporcional não à natureza do suicídio em si, mas ao grau de rebeldia e de consciência que o levou à prática do gesto extremo.

O suicida sempre reencarna com problemas em seu corpo físico?  Na maioria das vezes, sim, todavia as sequelas que lhe são sempre frequentes, podendo, inclusive, leva-lo a reincidir, são de ordem psicológica.