quarta-feira, 7 de janeiro de 2015

SE VOCÊ, DE REPENTE


Se você, de repente
- se deparar internado num hospital, cercado de médicos e enfermeiros sorridentes, que não têm pressa alguma de sair do quarto;
- se receber visitas de desconhecidos corteses, preocupados em desculpar a ausência de seus familiares, que, por andarem muito ocupados, ainda não foram vê-lo;
- se nenhum dos funcionários do hospital, valendo-se de algum momento seu de lucidez, não lhe falar em despesas com a internação, perguntando se você é particular” ou “convênio”;
- se reparar que o hospital em que se encontra internado é mais limpo e organizado que os melhores hospitais de Primeiro Mundo, sem uma mosca a voejar sobre o local de sua ferida e nenhuma barata a passear à procura de algo no chão;
-se, de quando em quando, experimentar uma sensação de leveza na cabeça, a estender-se pelo seu corpo inteiro, como se você estivesse prestes a flutuar;
- se o seu quadro clínico, em vez de piorar, se mostrar melhor a cada dia – e isso sem necessidade de tantos medicamentos;
- se os diálogos que as visitas mantêm com você, nem que seja de maneira sutil e descontraída, sempre se referem à imortalidade da alma;
- se ouvir referências à Terra, como se ela fosse um planeta distante, que você não mais estivesse pisando;
- se, de quando em quando, quadros de reminiscências de sua infância e juventude começarem a desfilar em sua mente, como cenas de uma película cinematográfica;
- se seus sonhos se tornarem mais agradáveis que os habituais, nada tendo a ver com seus pesadelos frequentes;
- se, porventura, lhe aparecer um tio ou uma tia com quem nunca teve oportunidade de estar pessoalmente – ou algum parente outro que, num momento de descuido, possa saudar você com as enigmáticas palavras: - Seja bem-vindo!...

Meu caro, se isso lhe acontecer, total ou parcialmente, facilitando o trabalho dos que não desejam chocá-lo com a notícia, convém você começar a considerar a hipótese de que esteja desencarnado.

Livro “Espírito é Gente!”, de Inácio Ferreira e psicografado por Carlos Baccelli.

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