Disse, então, Jesus à Samaritana:
“Mulher, acredita-me, a hora vem em que nem neste monte, nem em Jerusalém
adorareis o Pai. Vós adorais o que não conheceis, nós adoramos o que
conhecemos, pois a salvação vem dos judeus; mas, a hora vem, e agora é, em que
os verdadeiros adoradores adorarão o Pai em espírito e verdade; porque estes
são os que o Pai procura para seus adoradores. Deus é espírito e verdade...”
Adorar a Deus em espírito e
verdade é adorá-lo conforme a sua verdadeira natureza, isto é, adora-lo no
íntimo de nossos corações, no recôndito de nossas almas.
Adorar a Deus em espírito e
verdade é cultivar a sinceridade e a pureza de sentimentos, requisitos
indispensáveis à revelação de Deus em nós mesmos.
Adorar a Deus em espírito e
verdade é viver segundo as grandes leis divinas, gravadas em caracteres
indeléveis no âmago das nossas consciências, e que se traduzem em amor e
justiça.
Adorar a Deus em espírito e
verdade é colaborar, por pensamentos, palavras e obras, no estabelecimento do
seu reino neste mundo; reino de fraternidade, de igualdade e de liberdade.
Adorar a Deus em espírito e
verdade é tornar-se progressivamente melhor, opondo embargos às expansões do
egoísmo, cultivando a mente e o coração.
Adorar a Deus em espírito e verdade
é reconhece-lo em todas as manifestações da vida, em todos os esplendores da
sua infinita criação.
Adorar a Deus em espírito e
verdade é sentir-se ligado à Fonte Geradora da vida, reconhecendo, ao mesmo
tempo, que a vida que em nós palpita é a mesma que palpita em todos os
indivíduos.
Adorar a Deus em espírito e
verdade é servir à Humanidade, é querer o bem de todos os homens, é renunciar à
sua personalidade em favor da coletividade.
Adorar a Deus em espírito e
verdade é deixar de ser judeu ou samaritano, fariseu ou saduceu, para ser
cristo em Cristo, consoante estas palavras suas: “Em vos amardes uns aos
outros, todos conhecerão que sois meus discípulos.”
Finalmente, adorar a Deus em
espírito e verdade é adora-lo no templo vivo, que somos nós próprios; é
escoimar o nosso coração de toda a impureza, transformando-o em custódia
sagrada, onde se ostente, em realidade, sua augusta imagem, a cuja semelhança
fomos criados.
Transcrito do livro Em Torno do
Mestre, do escritor espírita Pedro de Camargo, que usa o pseudônimo Vinícius.
Outras obras do autor: Mestre na Educação, Na Seara do Mestre e Nas Pegadas do
Mestre. Leia, estude e divulgue.
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