sexta-feira, 9 de novembro de 2012

AS IGREJAS E A LEI DO MENOR ESFORÇO


                         

“A prece ajuda, a esperança balsamiza, a fé sustenta, o entusiasmo revigora, o ideal ilumina, mas o esforço próprio na direção do bem é a alma da realização esperada”.   Do livro “Libertação”, página 250, de André Luiz/Chico Xavier.
            Queremos o Céu fácil, não queremos renúncia, nem sacrifícios. Essa é a impressão que nossos irmãos católicos e evangélicos passam, principalmente os evangélicos, que enxergo ainda como mais ingênuos e, portanto, presa fácil da chamada “lei” (assim mesmo entre aspas) do menor esforço, que eu considero uma grande e terrível enganação, uma ilusão, um vil e torpe marketing! Nesse aspecto, a reforma íntima não chega a ser desprezada pelas religiões oficiais, mas também não é devidamente esclarecida em toda sua extensão e complexidade, mesmo porque isso botaria muito fiel para correr, colocando em risco a arrecadação do dízimo, o que definitivamente não seria um bom negócio. Espero que você, caríssimo leitor, não veja aqui qualquer traço de crítica destrutiva, mas a busca de um olhar mais crítico sobre essa excrescência, a lei do menor esforço que, como todos os igrejismos, nada têm a ver com a Doutrina de Luz e Perfeição de Jesus Cristo, o Cristianismo.
Muitos creem com toda sinceridade (e ingenuidade!) que basta batizar, dando um mergulhozinho nas águas, decorar algumas passagens da Bíblia, dizer que aceita Jesus (o que não significa seguir, nem muito menos imitar o Mestre), deixar alguns vícios para trás, como o alcoolismo por exemplo, e pronto, suas mazelas morais ficarão para trás como por encanto. Nada de trabalho, nada de esforço próprio, nada de suor. Creem, com toda sinceridade dos seus corações infantis que numa única encarnação é possível atingir a pureza e a perfeição. Não é piada não, caríssimo leitor. Eles realmente acreditam nessa mágica. Contraditoriamente, muitos não creem verdadeiramente que alcançaremos a pureza e a perfeição. Mas o que esperar de um planeta de expiação e provas como a Terra, que ainda guarda características de Mundo Primitivo, onde muitos sequer acreditam em Deus? Nada mais natural do que a maioria dos seus habitantes ter essa noção quase primitiva de Deus e de suas Leis. A palavra de Jesus, nesse particular, não padece qualquer dúvida:
“Se alguém quiser vir após mim, renuncie a si mesmo, tome a sua cruz e siga-me.
Amai vossos inimigos.
Orai pelos que vos perseguem e caluniam.
Bendizei os que vos maldizem.
Emprestai sem nada esperardes.
Não julgueis para não serdes julgados.
Entre vós, o maior seja servo de todos.
Buscai a porta estreita.
Eis que vos envio como ovelhas ao meio dos lobos.
No mundo, tereis tribulações.”
Lidamos com a razão há 40 mil anos
É impressionante o quase absoluto desconhecimento do homem a respeito de sua essência espiritual, estando o espírito lidando com a razão na Terra há cerca de 40.000 anos! Mas uma leitura mais atenta do Evangelho e lá está: “Quem quiser ser meu discípulo pegue a sua cruz, renuncie-se a si mesmo e siga-me”. Jesus não podia ser mais explícito quanto ao que espera um cristão de verdade! Então, que fique claro de uma vez por todas: a reforma intima não é obra que se dá ao acaso, nem muito menos por efeito de milagres, mas resultado de muito esforço, renúncia e sacrifício em milênios de evolução.
E o que percebo é que católicos, evangélicos e adeptos de outros segmentos religiosos não tem muito claro o tamanho da nossa imperfeição e que a estrada que precisamos percorrer rumo à perfeição é quase in-fi-ni-ta! Afinal, ninguém se modifica apenas à custa de palavras. Hábitos cultivados ao longo dos séculos não se substituem de uma hora para outra. Tendências e inclinações infelizes não se vencem sem espírito de renúncia e sacrifício. Só para você ter uma idéia, caríssimo leitor, do quanto essa caminhada é longa, basta dizer que nem almas santificadas como São Francisco de Assis, Santa Tereza d’Ávila, São Pedro ou São Paulo, para ficar só nos mais famosos, atingiram ainda a pureza e a perfeição. Nem mesmo Nossa Senhora é um espírito angelical, ainda! Agora imagina, caríssimo leitor, se nem o espírito, que encarnou como mãe do próprio Governador do Planeta, ainda atingiu o ponto máximo da evolução, dá pra ter uma pequena noção do quanto essa caminhada rumo ao Pai Celestial é longa, longuíssima!
Sem qualquer traço de egoísmo e orgulho
Nesse processo de renovação interior, nessa empreitada de transformar o homem velho em um homem novo, não poderá restar em nós qualquer traço que seja de egoísmo, de orgulho, que na verdade são a matriz de todos os outros vícios morais: arrogância, intransigência, impaciência, vaidade, maledicência, intolerância... Ambição e prepotência, invigilância e insensatez, fanatismo e preconceito... E tudo o mais que nos coloca em desarmonia com as Leis do Pai Celestial.  Para isso é necessário não apenas crer em Jesus. Mas crer, estudar muito o Evangelho, assimilar esses ensinamentos celestes e, principalmente, VIVENCIAR CADA UM DELES.

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