Somos
espíritos imortais! Mas, afinal o que é o espírito? De que substância ele é
constituído? Será que ele tem forma determinada? Teria aparência humana? O que
você acha caríssimo leitor? Na questão número 88 de “O Livro dos Espíritos”,
Allan Kardec pergunta se os espíritos têm uma forma determinada, limitada e
constante? Os Mensageiros de Jesus respondem: “Aos vossos olhos, não. Aos
nossos, sim. Eles são, se o quiseres, uma chama, um clarão ou uma centelha
etérea”.
Em nossa
condição evolutiva, o espírito desencarnado se apresenta sim com a forma
humana, quase sempre com a aparência física que
teve na última encarnação. Mas o que os médiuns videntes e clarividentes
vêem não é o espírito propriamente dito. O que eles vêem é, na verdade, o corpo
espiritual ou perispírito. O perispírito é semimaterial, está submetido às leis
de transformação e se ressente das influências do corpo de carne.
No Evangelho
de Jesus, há uma passagem que mostra, de forma clara, não só a imortalidade da
alma, como a sua individualidade após a morte do corpo. Trata-se da
Transfiguração. Essa passagem do Evangelho mostra o encontro de Jesus com os
espíritos de Moisés e Elias. Isso aconteceu no Monte Tabor na presença de
Pedro, Tiago e João. Moisés e Elias tinham sido homens de carne e osso e agora
retornavam do Mundo Espiritual com a aparência humana, como está em Mateus, capítulo
17, versículo 2.
Paulo de Tarso
faz referência ao corpo espiritual ao escrever: “Também há corpos celestiais e
corpos terrestres”. Em outra passagem do Evangelho Paulo diz: “Semeia-se corpo
material, ressuscita corpo espiritual. Se há corpo material, há também corpo
espiritual”. Quer dizer, o espírito desencarnado não é uma abstração, mas
realidade palpável. A morte é, portanto, apenas uma troca de roupagem, uma
mudança de dimensão de vida. O espírito conserva os conhecimentos e
sentimentos, além do poder de manter a
aparência física, podendo assim ser identificado pelos que o conheceram na
terra.
O espírito é
criado simples e ignorante. Isso significa que ao nascer não sabe nada. Mas
terá que aprender. E isso se dá através das experiências vividas por ele mesmo.
Eis aí a necessidade da evolução árdua, trabalhosa e de duração quase infinita.
Algumas pessoas argumentam: Por que esse espírito, que nasce da centelha divina
perfeita, não é desde logo perfeito? Afinal, um filho é sempre da mesma
natureza, família, gênero e espécie que seu pai e sua mãe. Não há dúvida que
sim. Como não há dúvida de que o espírito é da mesma natureza e essência de
Deus. No entanto, o que nasce da planta é uma semente, que terá que se
desenvolver e aprender. Assim também foi estabelecido para o espírito: que ele
fosse criado “simples e ignorante” para então, por si mesmo, desenvolver-se e
passar por um completo processo de elaboração em cada um dos reinos: mineral,
vegeta, animal e hominal. Quando
tivermos mais maturidade compreenderemos e teremos a confirmação: “Tudo se
encadeia na natureza, desde o átomo primitivo, até o arcanjo, que também
começou por ser átomo”, como está na resposta da questão 540 de “O Livro dos
Espíritos”.
Outro esclarecimento importante: à medida que o espírito vai
se desapegando da vida material, vai se conscientizando de sua origem divina e
das Leis perfeitas que regem a vida, ele vai se desapegando da vida material e,
vivendo em harmonia com as leis de Deus, progride mais rápido e passa a ocupar
corpos cada vez mais aformoseados e conquista o mérito de habitar mundos mais
felizes. Nesse processo quase infinito de evolução, o espírito torna seu corpo
espiritual cada vez mais iluminado até se transformar em Espírito de Luz. Quer
dizer, em espírito que não mais carrega a forma humana, como são os seres
angelicais. Assim somos todos nós, filhos de Deus, criados simples e
ignorantes, mas com aptidão para estar aprendendo constantemente até a
conquista da Pureza e da Perfeição.
Nenhum comentário:
Postar um comentário