A ilustração desta página é
uma reprodução de uma das obras mais populares do pintor renascentista Rafael
Sanzio (1483-1520), “Transfiguração”, que representa aquela passagem do
Evangelho em que Jesus se comunica, em um morro conhecido como Monte Tabor, com
os espíritos Moisés e Elias, como está em Mateus, capítulo 17, versículo 3: “E
eis que lhe apareceram Moisés e Elias, falando com ele”. Nesse episódio do
Evangelho Pedro, Tiago e João, que acompanhavam Jesus, foram testemunhas de um
dos fenômenos mais transcendentes de todos os tempos: transfigurado, o Mestre
conversa com os espíritos de Moisés e Elias. Interessante observar que o próprio
Moisés, que havia censurado o contato com os mortos, conforme se pode ler no
Antigo Testamento, no livro "Deuteronômio", capítulo 18, versículo 11,
vem ele mesmo revogar a referida proibição, tão evocada por
quantos criticam a prática mediúnica no Espiritismo. No Monte Tabor na verdade
foi realizada uma das mais belas sessões espíritas da História, organizada e
presidida pelo Cristo.
A transfiguração simboliza
as três revelações
Outra leitura que se
pode fazer do episódio da Transfiguração é que simboliza as Três Revelações de
Deus: (Moisés – 1ª Revelação) o Moisaísmo, que consolidou a crença em um único
Deus; (Jesus – 2ª Revelação) o Cristianismo e, por fim, (o profeta Elias – 3ª
Revelação) o Espiritismo, que tem por missão relembrar a Doutrina Cristã, na
condição de Consolador Prometido.
E por que apareceram
no Monte Tabor, durante a Transfiguração, justamente os espíritos Moisés e
Elias, e não outros profetas citados no Antigo Testamento? É que Moisés
representa a primeira revelação de Deus aos homens e Elias representa a
terceira. Tá, mas onde o Espiritismo entra nessa história? Vamos por partes:
Jesus deixou claro em seu Evangelho que São João Batista era a reencarnação do
profeta Elias e, para nós espíritas não existem mais dúvidas de que São João
Batista/Elias era o Espírito Verdade. Explico melhor: o mentor espiritual (anjo
da guarda) de Allan Kardec se identificava e assinava suas mensagens, durante a
Codificação da Doutrina Espírita, com o pseudônimo de “Espírito Verdade”, mas
isso não foi divulgado para os outros estudiosos, que ficaram sem saber quem
realmente era o espírito que se identificava como “Espírito Verdade”,
permanecendo essa informação uma incógnita para nós espíritas durante muitos
anos. Somente no ano de 2012, o espírito Inácio Ferreira, através da psicografia
de Carlos Baccelli declarou com todas as letras: Elias/São João Batista era o
Espírito Verdade. Inácio Ferreira explica que, “em essência, Jesus é que era o
Espírito Verdade, mas teve como intermediário Elias/São João Batista”. Quer
dizer, na codificação do Espiritismo, Elias/São João Batista foi o médium de
Jesus junto a Kardec. E é por isso que ele aparece no episódio da
Transfiguração, repito como Elias, porque, dezenove séculos depois, coordenaria
em espírito todo o trabalho da Terceira Revelação, a vinda do outro Consolador
prometido por Jesus, que é a Doutrina Espírita. Mais sublime, impossível!
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